terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Poesia do final!

, Novo - Gabi Belardinucci

Fim
Começo
Fim
Começo
Fim
Começo

Não existe começo sem um final...
Bem como só existe final porque algo começou.
Todo ciclo, todo mês, todo ano, todo dia...
Começa e termina quando você menos espera.
Leva o que começamos, nos apresenta o final.!
Assim como essa poesia

Fim
Começo

Fim.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Poesia (?)

, "Talvez seja mais ou menos como você falou antes, rachaduras em todos nós. Como se cada um tivesse começado como um navio inteiramente à prova d'água. Mas as coisas vão acontecendo... as pessoas se vão, ou deixam de nos amar, ou não nos entendem, ou nós não as entendemos... e nós perdemos, erramos, magoamos uns aos outros. E o navio começa a rachar em determinados lugares. E então, quando o navio racha, o final é inevitável. Quando começa a chover dentro do Osprey, ele nunca vai voltar a ser o que era. Mas ainda há um tempo entre o momento em que as rachaduras começam a se abrir e o momento em que nós nos rompemos por completo. E é nesse intervalo que conseguimos enxergar através de nossas rachaduras, e vemos dentro dos outros através das rachaduras deles. Quando foi que nos olhamos cara a cara? Não até que você tivesse visto através das minhas rachaduras, e eu, das suas. Antes disso, estávamos apenas observando a ideia que fazíamos um do outro, tipo olhando para sua persiana sem nunca enxergar o quarto lá dentro. Mas, uma vez que o navio se racha, a luz consegue entrar. E a luz consegue sair." J. G. - Cidades de Papel

sábado, 2 de novembro de 2013

Quanta mudança alcança o nosso ser... (Poesia)

, Inconstante - Gabi Belardinucci

Mudo a roupa, mudo o cabelo...
Mudo o sorriso, os brincos...
Só não mudo a alma.
Ah! Ser inconstante!
Hoje roxo, amanhã branco, semana que vem...
Semana que vem quem sabe?
O tempo todo mudando, sem mudar.
O tempo todo contra o tempo.
Rir quando quer chorar;
derramando lágrimas mesmo sorrindo...

Muda o mundo, a voz, a vez...
Só o que não muda...
Tudo muda, o tempo todo.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Poesiazinha!

,
Liberdade - Gabi Belardinucci

Atrás de grades invisíveis cercando meu ser
olho o passarinho lá fora, cantando...
Ah essa liberdade!
Me leve em suas asas passarinho;

deixe-me sentir o vento contra o rosto;
quero cantar contigo!
"E o que te prende?" - pergunta o passarinho
A dor, o medo...
"Pois cante! Cante e tudo passará!"


Agora eu canto:
Sou livre, dentro de mim vive um passarinho!

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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Nothing more than feelings.

, Cresci julgando ser sensato levar uma vida quadradinha. Tudo certinho, amores para sempre, famílias quadradinhas...
Haviam coisas que abominava - e ainda abomino, com menos preconceitos - (tipo as drogas) e outras que não pensava ser possível, por exemplo, amor independente...

Você me ensinou que levar a vida mais leve é bem melhor. Que as pessoas podem ser muito diferentes de você e podem te ajudar mais do que você imaginava.
Aprendi com você, e só com você o significado da palavra LIBERDADE! Que um abraço pode transformar uma vida e até curar o coração. Sem saber, sem querer, por quê não? você fez da lagarta que eu era, a borboleta que sou hoje. Ensinou que o corpo envelhece, mas o espírito não. O verdadeiro valor da palavra AMIZADE; abrir o coração e doar-se a quem fosse... Tudo isso aprendi com você.
O que você não tinha ideia naquela época e talvez continue não tendo agora é que você mudou a minha vida para sempre.
De menina a mulher; de lagarta a borboleta; de quadrada e cinza a uma caixa de lápis de cor colorido embaixo do seu travesseiro...
Hoje eu também posso ensinar... Ensinar o que aprendo todos os dias (sei até nomear uma rocha ou outra, alguma coisa de literatura, um pouco sobre a vida).
Quero dizer que, antes você era GRANDE e eu PEQUENININHA e hoje somos do mesmo tamanho... Muito obrigada.

sábado, 28 de setembro de 2013

Poesia!

pequenina poesia - Gabi Belardinucci

pequena, olhando o mundo sobre o muro.

pequena, muito pequena, balançando os pés sentada no banco.
tão pequena, mas tão pequena que quase fui pisoteada.
pequena... me sinto pequena, quase insignificante...
Mas sempre há aqueles que me acham grande, gigante até.
Aqueles que me olham, me abraçam e saem sorrindo.
pequena mas estou aqui. pequena mas faço a diferença.
pequena... esperança... pequena.

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sábado, 10 de agosto de 2013

Poesia!


Suspiro - Gabi Belardinucci

Sempre há poesia. Num papel em branco, num pôr-do-Sol, num coração, num beijo... Sempre há poesia. Num verbo, numa frase, num ponto.
Sempre haverá poesia em mim.
Sempre a poesia que pulsa, que chora, que ri.
Há poesia!
Ah, poesia...

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sábado, 27 de julho de 2013

Poesia!

,
Po(e)mar - Gabi Belardinucci


Escrever um poema é como...
escolher frutas num pomar.
Palavra por palavra,

fruta por fruta
as linhas são preenchidas.
Abacaxi, laranja, amor;

saudade, dor, pera também:
aqui tudo dá no mesmo pé.
Nessa colheita gostosa eu apresento um novo verbo:

POEMAR.
Eu poema
Tu poema...
Nós arte.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Unhas da semana! (e um pouco de poesia)

, Oi gente linda!!! Demorei mas voltei... Desculpem o sumiço, estava descansando, comprando coisas... HAHAHA... Lendo... E escrevendo.
Bom, como vocês estão? Digo que estou maravilhosa, radiante e ryca! AHHAHAHAH
Tá, vamos parar a brincadeira. As unhas dessa semana foram meio complicadas, não estava conseguindo pensar em nada legal, mas... Voi lá!

Esmaltes usados: 'Dream' - Mohda, 'Dance Mais' - Impala, 'Polaina Fun' - Impala, 'Uva' - Colorama, 'Clubber' - Colorama e 'Maxi Colar' - Colorama

Azul - Gabi Belardinucci

Todo azul, o céu azul, o seu azul.
Olhos que refletem o mar, olhos que desnudam a alma...
Aquele azul, tão seu e eu tão só.
Brinca nesse azul a menina;
cresce nesse azul a mulher!
Ao mergulhar nesse azul me perco mas te encontro.

Gostaram gente? O poema é meu... O eu-lírico é masculino... É meio difícil escrever assim, mas eu gosto de correr riscos. 

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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Unhas da semana e a situação do país!!!

, Oi gente, tudo bem? Antes das unhas, antes de qualquer coisa, vamos falar do Brasil. O que está acontecendo aqui é a coisa mais linda de se viver: o povo está ocupando as ruas!
Sim, um movimento, uma mobilização que - tolinhos, muito se enganam ao pensar ser por aumento de passagem - é para ocupar as ruas e gritar o que está engasgado há muito tempo: NÓS NÃO ESTAMOS DORMINDO!!!
Parecíamos adormecidos, talvez anestesiados. Cansados de deitar, nos levantamos. Nos levantamos pela nação, pelo povo! Chega de absurdo!!! Eu me levantei, não é de agora. Não é por agora. É sempre. O Brasil sempre foi um país do futuro, quero agora que seja o país do presente!!!
Não apoio quaisquer tipo de violência... Vamos nos manifestar, nos fazer ouvir...
(E quem pensava que menina que faz arte na unha é fútil, ops...)
As unhas da semana... Tirando tudo isso, essa semana estreia um filme que eu espero há 2 anos... Vendo as unhas vocês logo saberão:

Esmaltes usados: 'Maxi Colar' - Colorama, 'Uva' - Colorama, 'Pistache' - Impala, 'Branco' - Impala, 'Azul Pavão' - Impala e 'Preto Fosco' - Risqué

Siiim! Eles voltaram! *o*
Como eu fiz essas? Hmmm... Não sei se conto... Hahahaha... Brincadeira, vamos lá:
1. A preparação igual para todas as outras unhas;
2. Duas mãos do 'Maxi Colar' - Colorama;
3. Duas mãos do 'Pistache' - Impala na filha única (para fazer o Mike);
4. Com o 'Uva' e o pincel de fazer bolinhas, é só fazer manchinhas nas unhas azuis;
5. Com o pincel do branco fazer uma bolinha do olho do Mike na verde;
6. Após secar o branco, com o pincel de fazer bolinha e o 'Azul Pavão' fazer a parte dentro do branco e com o preto fazer a bolinha preta;
7. Finalizar com o top coat.

Parece complicado, mas eu juuuro que não é! Aliás, estou pensando em sortear uma 'unha'. O que vocês acham?

Beijos
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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Livro!

,
"(...)
- Cuidado, Marquesa! Mil sábios já tentaram explicar a vida e se estreparam.
- Pois eu não me estreparei. A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos - viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais. É portanto um pisca-pisca.
O Visconde ficou novamente pensativo, de olhos no teto.
Emília riu-se.
- Está vendo como é filosófica a minha ideia? O Senhor Visconde já está de olhos parados, erguidos para o forro. Quer dizer que pensa que entendeu... A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama; pisca e anda; pisca e brinca; pisca e estuda; pisca e ama; pisca e cria filhos; pisca e geme os reumatismos; por fim pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre? - perguntou o Visconde.
- Depois que morre vira hipótese. É ou não é?
O Visconde teve de concordar que era." Monteiro Lobato - Memórias da Emília

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Livro...

, "Muitas não precisarão se esforçar para acreditar, pois já tiveram as mentes abertas, destrancadas por qualquer tipo de chave que as faz acreditar. Estas nasceram assim ou, ainda bebês, quando as mentes assemelham-se a pequenos botões, nutriram-se até se abrirem, aos poucos, as pétalas e as prepararam para que a própria natureza da vida as alimentasse. Com o cair da chuva e o brilho do sol, elas se mantêm em contínuo desabrochar; com as mentes assim abertas, passam pelas circunstâncias da vida decididas e tolerantes, veem luz na escuridão, possibilidades em becos sem saída, experimentam vitória quando outras expressam fracasso, questionam quando outras aceitam. Apenas menos embotadas, menos cínicas. Com menos probabilidade de entregarem os pontos. Em outras pessoas, as mentes se abrem mais tarde na vida, pela tragédia ou pelo triunfo. Ambos funcionam como a chave que abre e ergue a tampa daquela caixa que sabe-tudo e aceitam o desconhecido, dizem adeus ao pragmatismo e às linhas retas.
    Por outro lado, existem aquelas cujas mentes não passam de um buquê de talos, dos quais brotam botões quando elas apreendem uma nova informação - um novo botão para cada novo fato - , mas nunca se abrem, jamais florescem. Trata-se das pessoas de letras maiúsculas e pontos finais, mas nunca de pontos de interrogação e elipses..." Cecilia Ahern - O Livro do Amanhã

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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Poesia!!!

, Genteeee, não acredito! Estamos fazendo tanto sucesso que despertamos a inveja alheia e viramos um gif no tumblr!!!
Agora vamos falar de coisa boa...

No site da revista 'Educar para Crescer' (Editora Abril) tem um teste bem legal sobre Drummond... E olha o resultado do meu:

Você é o poema ''A Hora do Cansaço''
Você é exausto. Você já não aguenta mais sofrer por um mesmo motivo. Sabe que o sentimento precisa mudar e busca uma forma de esquecer o que te fez sofrer, mas que também te deu prazer.

A HORA DO CANSAÇO - Carlos Drummond de Andrade


As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.

Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.

Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.

Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.

Do sonho de eterno fica esse gozo acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.
Aconselho muuuito que vocês façam o teste!!!
http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/testes/poema-drummond.shtml?perg=10

Beijinhos
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sábado, 6 de abril de 2013

Poesia!


Almas Gêmeas - Gabi Belardinucci

Apesar do tempo;
apesar da distância;
apesar dos erros;
apesar do passado;
apesar de nós;
sem peso:
o beija-flor, o elefante.

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domingo, 17 de março de 2013

Poesia!



O Palhaço - Gabi Belardinucci

Felicidade?
Felicidade...
Felicidade!
Pintou o sorriso no rosto e entrou no picadeiro.

Felicidade?

Felicidade...
Felicidade!

Mesmo sem acreditar que ela exista os fez sorrir.

Felicidade?
Lavou o rosto e ela escorreu pelo ralo com a água.
Felicidade...


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domingo, 3 de março de 2013

Se fosse bom...

, ..não era dado e sim vendido! Sim, estou falando de conselho, aquilo que você oferece aos seus amigos (aos amigos de verdade) e poucos deles ouvem, ou quase ninguém.
Estive pensando em algumas coisas que ouvi de pessoas próximas. "Tenho medo de me apaixonar de novo e sofrer..."; "Não quero sofrer de novo..."; "Não sei se posso voltar a amar alguém..." E, é claro, todos temos medo.
Penso que, se eu tenho medo de ser atropelada ao atravessar a rua, isso não pode me impedir de atravessar a rua. Não posso ficar presa do lado de cá da calçada porque tenho medo.
O que devo fazer é pedir ajuda, segurar na mão de alguém ou simplesmente ir, sozinha.
Se acontecer de segurar a mão de alguém ainda terei medo, porque essa pessoa pode soltar minha mão no meio da rua. Mas mesmo que ela solte, já estou no meio da rua, então terminar de atravessar será muito mais fácil.
Posso não ter sido muito clara, ou talvez clara demais, o que eu tenho a dizer é: enfrente o seu medo! Principalmente o de se envolver de novo.
Do outro lado da calçada pode estar a pessoa por quem você esperou a vida toda, ou você ainda terá que atravessar muitas ruas para encontrá-la, o importante é tentar e acho que isso vale para tudo na vida!
Por mais absurdo que algo possa parecer, não descarte nenhuma possibilidade.
"Sozinhos chegamos mais rápido; acompanhados chegamos mais longe." (não sei quem é o autor de verdade)

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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Poesia!!!

, Olá gente! Como estão? Fazia tempo que não postava um poema não é? Pois postarei   três que se completam, em verdade.

Germinal - Menotti Del Picchia (Juca Mulato)

V
Juca Mulato cisma. Olha a lua e estremece.
Dentro dele um desejo abre-se em flor e cresce
e ele pensa, ao sentir esses sonhos ignotos,
que a alma é como uma planta, os sonhos como brotos,
vão rebentando nela e se abrindo em floradas...

Franjam de ouro, o ocidente, as chamas das queimadas.

Mal se pode conter de inquieto e satisfeito.
Adivinha que tem qualquer coisa no peito,
e, às promessas do amor, a alma escancara ansiado,
como os áureos portais de um palácio encantado!...

Mas, a mágoa que ronda a alegria de perto,
entra no coração sempre que o encontra aberto...

Juca Mulato sofre... Esse olhar calmo e doce
fugiu-lhe como a luz, como luz apagou-se.
Feliz até então, tinha a alma adormecida...
Esse olhar que o fitou, acordou para a vida!
A luz que nele viu deu-lhe a dor que ora o assombra,
como o sol que traz a luz e, depois, deixa a sombra...

VI
E, na noite estival, arrepiadas as plantas
tinham na comoda negra umas roucas gargantas
bradando, sob o luar opalino, de chofre:
"Sofre, Juca Mulato, é tua sina, sofre...
Fechar ao mal de amor nossa alma adormecida
é dormir sem sonhar, é viver sem ter vida...
Ter, a um sonho de amor, o coração sujeito
é o mesmo que cravar uma faca no peito.
Esta vida é um punhal com dois gumes fatais;
não amar, é sofrer; amar, é sofrer mais!"

VII
E, despertando à Vida, esse caboclo rude,
alma cheia de abrolhos,
notou, na imensa dor de quem se desilude
que, desse olhar que amou, fugitivo e sereno,
só lhe restara ao lábio um travo de veneno,
uma chaga no peito e lágrimas nos olhos!

Sem mais!
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domingo, 17 de fevereiro de 2013

reticências

, "... Você já sabe, quando tudo estiver ruim, lembre-se dessas duas letras que formam uma palavra: GO. Escreva, desenhe, pinte, fotografe, dance, costure, atue, cante. Portanto quando tudo estiver ruim, lembre-se dessas duas letras que formam uma palavra. GO. Vá. Vá em frente. Apenas faça." Go - Nick Farewell

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Poesia além...

, Oi gente, again... É que eu lembrei de um poema, um poema muito, muito fofo, que tem um significado LINDO!
Alguns classificam como 'poesia infantil', mas se você analisar bem, não tem nada infantil nesse poema.

A Lua Foi ao Cinema - Paulo Leminski

A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.

Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!

Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava para ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.

A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
- Amanheça, por favor!

Não é lindo gente? Eu, às vezes me sinto uma estrela pequena como essa...

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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Poesia!!!

, Genteee já fazia muuito tempo que não postava nada... A verdade é que eu não tô muito no clima e nem inspirada pra postar algo aqui.
Enfim, essas coisas a parte, resolvi postar um poema, um dos preferidos:

Autopsicografia - Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

E é exatamente isso, um poeta nada mais é que um fingidor...

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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

...



Cinza - Gabi Belardinucci

Levanto. O dia me abraça triste.
Olho no espelho, meus olhos sorriem de profunda tristeza cinza.
Sento na cama e espero, espero... Espero!
Tudo parece gélido, sólido, cinza.
Esfrego os olhos para entender, não encontro resposta.
Dói e dói tanto que parece gelo queimando a pele.
Tento chorar, mas as lágrimas congelaram;
o coração congelou, o tempo, a Terra, a vida.

Sorrio e sorrir dói n’alma.
Perdida no cinza de meus olhos e do céu
encontro as lágrimas que procurava:
atrevo-me a alma.

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domingo, 27 de janeiro de 2013

Poesia!

,

Explicação - Carlos Drummond de Andrade

Meu verso é minha consolação.
Meu verso é minha cachaça. Todo mundo tem sua cachaça.
Para beber, copo de cristal, canequinha de folha-de-flandres,

Folha de taioba, pouco importa: tudo serve.

Para louvar a Deus como para aliviar o peito,
queixar o desprezo da morena, cantar minha vida e trabalhos
é que faço meu verso. E meu verso me agrada.

Meu verso me agrada sempre...
Ele às vezes tem o ar sem-vergonha de quem vai dar uma cambalhota,
mas não é para o público, é para mim mesmo essa cambalhota.
Eu bem me entendo.
Não sou alegre. Sou até muito triste.
A culpa é da sombra das bananeiras de meu país, esta sombra mole, preguiçosa.
Há dias em que ando na rua de olhos baixos
para que ninguém desconfie, ninguém perceba
que passei a noite inteira chorando.
Estou no cinema vendo fita de Hoot Gibson,

de repente ouço a voz de uma viola...
saio desanimado.
Ah, ser filho de fazendeiro!
À beira do São Francisco ou de qualquer outro córrego vagabundo,

é a sempre a mesma sem-si-bi-li-da-de.
E a gente viajando na pátria sente saudades da pátria.

Aquela casa de nove andares comerciais

é muito interessante.
A casa colonial da fazenda também era...
No elevador penso na roça,
na roça penso no elevador.

Quem me fez assim foi minha gente e minha terra
e eu gosto bem de ter nascido com essa tara.
Para mim, de todas as burrices a maior é suspirar pela Europa.
A Europa é uma cidade muito velha onde só fazem caso de dinheiro

e tem umas atrizes de pernas adjetivas que passam a perna na gente.
O francês, o italiano, o judeu falam uma língua de farrapos.
Aqui ao menos a gente sabe que tudo é uma canalha só.
Lê o seu jornal, mete a língua no governo,
queixa-se da vida (a vida está tão cara)
E no fim dá certo.

Se meu verso não deu certo, foi seu ouvido que entortou.
Eu não disse ao senhor que não sou senão poeta?


O meu verso também é minha cachaça e é triste, às vezes, muito triste. Mas o triste é belo...

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domingo, 20 de janeiro de 2013

sábado, 19 de janeiro de 2013

Poesia!

,

Tempestade - Gabi Belardinucci

O céu escurece rapidamente,
o vento está furioso,
as nuvens se confundem com o cinza do céu.

A tempestade se aproxima, eu sei.
Abro a janela, abro os braços:

entrego-me.
Deixo que a tempestade me abrace,

leve aquilo que foi ruim
e traga o Sol com gosto de novidade.

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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Poesia

, Sabe quando você se sente meio 'não-vivo', ou não vivendo? E o sempre, sempre aquele quase, aquele 'e se'... E o cheiro de queimado, talvez o arroz no fogão, talvez a armadura, dura, no meu coração.

O enterrado vivo - Carlos Drummond de Andrade

É sempre no passado aquele orgasmo,
é sempre no presente aquele duplo,
é sempre no futuro aquele pânico.

É sempre no meu peito aquela garra.
É sempre no meu tédio aquele aceno.
É sempre no meu sono aquela guerra.

É sempre no meu trato o amplo distrato.
Sempre na minha firma a antiga fúria.
Sempre no mesmo engano outro retrato.

É sempre nos meus pulos o limite.
É sempre nos meus lábios a estampilha.
É sempre no meu não aquele trauma.

Sempre no meu amor a noite rompe.
Sempre dentro de mim meu inimigo
E sempre no meu sempre a mesma ausência.

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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Para um bom dia!

, Bom Dia lindas e lindos! E mais uma semana começa né? Sinto-me renascendo cada dia, cada dia, cada dia...

Inscrição para um portão de cemitério - Mario Quintana


Na mesma pedra se encontram,
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce - uma estrela,
Quando se morre - uma cruz.
Mas quantos aqui repousam

Hão de emendar-nos assim:
"Ponham-me a cruz do princípio...
E a luz da estrela no fim!"

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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Poesia...

, E o medo... Sabe aquele sentimento que nos impede de fazer alguma coisa? Então, esse mesmo. Esse que te cutuca, que te machuca e que te avisa. E você não faz, muitas e muitas vezes não faz e pensa no medo. Mas chega um dia (e vai por mim, ele chega mesmo) que você decide dar um basta no medo; matá-lo e enterrá-lo. Neste dia você começa a ser feliz de verdade!

Medo - Carlos Drummond de Andrade

Em verdade temos medo.
Nascemos escuro.
As existências são poucas:
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.

E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
vadeamos.

Somos apenas uns homens
E a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.

Refugiamo-nos no amor,
Este célebre sentimento,
E o amor faltou: chovia,
Ventava, fazia frio em S.Paulo...(...)

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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Chuva!

,
Enquanto as pessoas fecham as janelas e se escondem da chuva, eu abro, deixo a chuva entrar; toda aquela energia maravilhosa, lavando a alma.

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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Exclamação


,
"E, de qualquer forma, estamos todos mortos, ou nem nascemos, e toda a vida é na verdade um sonho." Thomas Lang - O Vendedor de Armas

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sábado, 5 de janeiro de 2013

Poesia!

, Bom Dia ou não, nunca se sabe. Aliás, sei muito pouco ou quase nada.

Pequena Ode Mineral - João Cabral de Melo Neto

Desordem na alma
que se atropela
sob esta carne
que transparece.

Desordem na alma
que de ti foge,
vaga fumaça
que se dispersa,

informe nuvem
que de ti cresce
e cuja face
nem reconheces.

Tua alma foge
como cabelos,
cunhas, humores,
palavras ditas

que não se sabe
onde se perdem
e impregnam a terra
com sua morte.

Tua alma escapa
como este corpo
solto no tempo
que nada impede.

Procura a ordem
que vês na pedra:
nada se gasta
mas permanece.

Essa presença
que reconheces
não se devora
tudo em que cresce.

Nem mesmo cresce
pois permanece
fora do tempo
que não a mede,

pesado sólido
que ao fluido vence,
que sempre ao fundo
das coisas desce.

Procura a ordem
desse silêncio
que imóvel fala:
silêncio puro.

De pura espécie,
voz de silêncio,
mais do que a ausência
que as vozes ferem.



Desordem total: desordem na vida, na alma e no guarda-roupas.

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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Poesia...

, Bom dia boas almas que aqui habitam. Hoje arrumei meu guarda-roupas e o que encontro? Papéis de carta e poesias... Ahhh que coisa boa que é encontrar poemas que recortei há muito tempo.
Alguns de vocês nem devem saber muito o que são papéis de carta, mas as meninas colecionavam sabe?! E são lindos, realmente lindos...
Vou voltar a escrever cartas, acho.

De manhã - Paulo Henriques Brito

O hábito de estar aqui agora
aos poucos substitui a compulsão
de ser o tempo todo alguém ou algo.

Um belo dia - por algum motivo
é sempre dia claro nesses casos - 
você abre a janela, ou abre um pote

de pêssegos em calda, ou mesmo um livro
que nunca há de ser lido até o fim
e então a ideia irrompe, clara e nítida:

É necessário? Não. Será possível?
De modo algum. Ao menos dá prazer?
Será prazer essa exigência cega

a latejar na mente o tempo todo?
Então por quê?
E neste exato instante
você por fim entende, e refestela-se
a valer nessa poltrona, a mais cômoda
da casa, e pensa sem rancor:
Perdi o dia, mas ganhei o mundo.
(Mesmo que seja por trinta segundos.)

:

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

...


,
"Querida Claire, 
‘E’ e ‘se’ são palavras que, por si, não apresentam nenhuma ameaça. Mas, se colocadas juntas, lado a lado, elas têm o poder de nos assombrar a vida toda. E se… E se… E se… 
Eu não sei como a sua história terminou, mas se o que você sentia naquela época era verdadeiro amor, então nunca é tarde demais. Se era verdadeiro então, por que não seria agora? Você só precisa de coragem para seguir seu coração.
É difícil imaginar um amor como o de Julieta, um amor que nos faça abandonar entes queridos, que nos faça cruzar oceanos. Mas eu gostaria de acreditar que se eu um dia sentir esse amor, terei coragem de perseguí-lo. E, Claire, se não o fez naquela época, espero que ainda o faça um dia. Com todo amor, Julieta." Cartas Para Julieta

Sim amigos, me rendi ao romance lindo desse filme... E acredito no amor! É isso mesmo: EU ACREDITO NO AMOR! Rasgo-me o peito e grito: EU ACREDITO NO AMOR!

:

Poesia.

, Oi mundo virtual! Como é solitário aqui... Sinto que poderia gritar e gritar e gritar e ninguém escutaria. Poderia até chorar, chorar muito, chorar até adormecer... Ninguém notaria meus olhos inchados.
Talvez essa solidão seja passageira. Posto aqui um poema (sim, eu espero que a autoria esteja certa):

Fanatismo - Florbela Espanca

Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver
Não és sequer a razão do meu viver
pois que tu és já toda minha vida
Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história, tantas vezes lida!
"Tudo no mundo é frágil, tudo passa…"
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina, fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como um deus: princípio e fim!…"

Eu já te falei de tudo, mas tudo isso é pouco,
diante do que sinto.

Acompanhas minha solidão, caro leitor?
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