sábado, 16 de fevereiro de 2019

Poeminha molhado

Na paisagem exposta da janela vejo a chuva cair.
Gota a gota ou em corrente
a chuva molha as árvores, os pássaros, a terra
e molha até a gente, sem pedir.

Olhando essa chuva que deságua
por cada pedaço de nuvem no céu,
sei que não a vejo mais.
Não como chuva, aguinha fugaz,
mas o que dentro de mim enxágua com gotas cristalinas,
aturdindo o que já não era paz.

Com a tempestade lá fora
a tormenta é maior aqui dentro,
ressignificando a chuva.
Dentro é mais tempestade pois sou dilúvio, sou agora.

Gabi Belardinucci

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Sobre nomes

São quase 2 da manhã e eu sigo rolando na cama sem conseguir dormir.
Lembrei que posso escrever o que quiser aqui, ninguém lê e, ao menos, talvez quem leia consiga entender mais por não me conhecer.
Eu reparei esses dias que gosto do jeito que meu nome brinca na boca de algumas pessoas. É quase como um elogio entende? Ou um jeito diferente de fazer carinho, eu gosto.
Baseada nisso reparei que, dependendo de quem for, quem flexiona nosso nome - como quando me chama de "Gabri", por exemplo - nos abraça de longe. Eu prefiro abraços reais, apertados. Mas ver seu nome passar pelos lábios de outrem e atingir o ar, te chamando, dizendo oi ou qualquer outra coisa, já aquece o coração.
Me agrada esse tipo de intimidade sabe? Intimidade nas palavras, mais que no corpo. Talvez por eu ser uma pessoa de entrelinhas, não sei dizer. Sempre o que eu digo tem mais a dizer do que realmente está dito. Ficou meio confuso né?! Mas é assim que eu funciono. E olha que eu falo muito hahaha
Esse pequeno e despretensioso texto era apenas pra dizer isso: o quão próximo te deixo chegar é a maneira que eu deixo você chamar meu nome. 

"Meu nome em seus lábios é quase um abraço apertado.
Quando procura meu rosto na memória, transporta o sorriso seu.
Deixe que o sentimento invada, inunde, 
pois posso ser a calidez e o dilúvio." G. B.