domingo, 30 de dezembro de 2012

...

, "Que a felicidade seja uma regra em sua vida e não exceção;" G.B.

Epitáfio - Titãs
Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...

Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração...

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...

Queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier...

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...(2x)

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr...

E que venha 2013!

:

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Poesia?


Vida...! - Gabi Belardinucci

E fez-se o nada.
Do nada, pra nada.
Nasceu o nada.
Era chato, vazio...

Do outro lado,
o tudo.
Feliz, cheio...

Tudo e nada se encontraram;
se completaram.
E fez-se a vida.

:

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Poesia!

, Tentando sempre

Traduzir-se - Ferreira Gullar

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
-que é uma questão
de vida ou morte-
será arte?

:

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Poesia!

, Esse é um dos mais belos, dos mais completos... Ahhh Vinicius! Ahhh Vinicius...

Soneto de separação - Vinicius de Moraes

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

E quantas coisas não nos acontecem no 'de repente'? Quantos repentes, que nos pegam e tiram ou colocam coisas, pessoas...

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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

POESIA!

,
José - Carlos Drummond de Andrade

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?


E agora Gabi?
:

domingo, 16 de dezembro de 2012

Poesia!

, Essa é baseada em um sonho que tive essa noite:

Amora - Gabi Belardinucci

Ah as amoreiras... Como são belas!
‘Você gosta de amora? Vou contar para o seu pai que você namora!’
Amoras
Amora
Amor
Amo
Eu te amo.

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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Poesia...

,

Hoje - Gabi Belardinucci

Hoje não teve Sol.

Chuva pingou, chuva choveu.
Amanhã...
Quem sabe do amanhã?
Hoje não teve Sol.
Mas dentro, ah dentro; 
Dentro sempre há Sol.
Renasce cada dia,
cresce a cada segundo:
A esperança! Esse Sol que não se apaga.

Me atrevo, desculpem. Só sei o que sinto, o resto não sei.

:

Poesia?!

, Só porque isso toca, e cutuca e machuca a ferida:

"(...)
Tão bem, conforme. O senhor ouvia, eu lhe dizia: o ruim com o ruim, terminam por as espinheiras se quebrar - Deus espera essa gastança. Moço! Deus é paciência. O contrário, é o diabo. Se gasteja. O senhor rela faca em faca - e afia - que se raspam. Até as pedras do fundo, uma dá na outra, vão-se arredondinhando lisas, que o riachinho rola. Por enquanto, que eu penso, tudo quanto há, neste mundo, é porque se merece e carece. Antesmente preciso. Deus não se comparece com refe, não arrocha o regulamento. Pra que? Deixa: bobo com bobo -um dia, algum estala e aprende: esperta. Só que, às vezes, por mais auxiliar, Deus espalha, no meio, um pingado de pimenta..." Grande Sertão: Veredas -  Guimarães Rosa
Um livro que ainda não tive coragem de ler... Sim, CORAGEM. Guimarães Rosa tem um jeito de tocar a gente. Só não é mais bruxo que Clarice. Mas Clarice não leio mais, não. Não me atrevo. Sempre choro, ela desnuda minh'alma como ninguém.
Ahhh... E dói. COMO dói:

Poesia!

, Essa sim traduz muuito minha alma:

Pus o meu sonho num navio - Cecília Meireles

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
depois abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.


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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Poesia!?

, Algo para vocês!

Silêncio - Gabi Belardinucci

Desfaço-me em alma...
Disfarço minha alma;
Emudeço.
Nua, com os sentimentos aflorando.

Não me obriguem, não os gritarei, não agora.
NÃO! Ainda não é o momento, já disse!

- Seu sorriso desnuda minha alma! Grita o coração.
Em silêncio;
Ah, a alma! Calma alma, calma.

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Poesia!!!

, É impressionante como as coisas que você jurava que nem ligaria, já deixam saudades!
Vamos apreciar, pois, esse poema.


Metade - Oswaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.


Esse meu jeito de durona, essa minha maneira de fingir ter raiva do mundo... Tudo isso, mas tudo isso sou eu. Sim, sou eu escondendo o EU dentro de mim, o eu romântico, sensível e preocupado. O EU que gosta de ajudar todo mundo, TODO MUNDO MESMO...
Esse sim sou eu. Poucos têm a sensibilidade de enxergar esse EU dentro de MIM, mas é o que sou

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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Poesia!

, Mais do lirismo! Acordei inspirada! Inspire-se! Respire-se!


"Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.

Põe quanto és
No mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive" - Ricardo Reis


Seja inteiro, seja alto... Esteja grande, nada é exagero...

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Poesia!

, Oi todo mundo! Tudo bem? Primeiro daremos as boas-bindas ao primeiro homem que é leitor deste blog: Ricardo! Seja bem-vindo! Sei que as unhas não te interessam, mas não deixe de comentar, opinar e deixar-se desfazer com os poemas! Deleite-se, delire-se, viva!
Agora gostaria de dizer que, dia após dia, publicarei poemas... Sim, pois eles enchem minha alma e estão em minha vida o tempo todo!

Esse, em especial, mexe muito comigo... É romântico, apesar de moderno, pois sou assim: romântica, incorrigível... "Não julgue um livro pela capa" dizem e é isso mesmo...
Tenho cara de brava, pareço explosiva, mas sou muito romântica, extremamente sensível... Respiro sensibilidade o tempo todo.


Canção da Fuga - Lya Luft

Quero uma cartola de mágico,
mas que funcione bem,
para enfiar nela meu coração delirante
e retirar uma engrenagem melhor.
Quero esconder na manga, na bolsa,
nessa cartola encantada,
minha alma falida, a asa quebrada,
tanta contradição.

Preciso de um objeto mais útil:
calculadora de emoção, maquininha de esquecer,
relógio de sonho sem nunca falhar.

(Umas peças de metal enfiadas no peito:
só o essencial, para que a cara
não desabe de todo no chão.)


Desculpem o desabafo, mas o que seria um blog senão o desabafo de um coração? Vamos leitores, digam... O que pensam desse ser que vos escreve?
"Eu acho, nem sei, só sei que foi assim"...

Beijinhos

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domingo, 2 de dezembro de 2012

Poesia!!!

, Aquele desejo de ir embora...

Vou-me Embora pra Pasárgada - Manuel Bandeira

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive


E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

Pois vou-me embora pra Pasárgada! Au Revoir!
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domingo, 23 de setembro de 2012

Poesia!


,Olá gente, como vocês estão?

Ahhh, eu amo esse tempo friozinho que faz aqui em Sampa nesse final de semana...
Fui passear, fui ao Revelando São Paulo (SUUUPER recomendo, mas só no ano que vem agora!)
Bom, inspirada pelo clima e atendendo a milhares de pedidos, vou postar um dos meus poemas preferidos do Alberto Caeiro, o melhor heterônimo de Fernando Pessoa.
Esse poema é do livro 'Poemas Completos de Alberto Caeiro':


XVIII

Quem me dera que eu fosse o pó da estrada

E que os pés dos pobres me estivessem pisando...

Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...

Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...

Quem me dera eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...

Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...

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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Poesias...

Oi gente! Como vocês estão? =]
Então, vou tentar postar semanalmente algumas poesias e trechos/resenhas de livros que já li. São muitos! rs Mas vai dar certo!
Aqui vai o trecho de um dos meus poemas favoritos. Ele é de uma beleza pura.


Ismália - Alphonsus de Guimarães

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu,
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...


É lindo demais, não é? E, o importante ao publicar um poema ou um texto é preservar cada pontuação e exatamente como ele foi escrito, pois cada vírgula, cada acento, tem significado.

Beijinhos

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sábado, 1 de setembro de 2012

Ler é sempre bom...


,Oi, gostaria de dividir com vocês, mais uma vez a minha leitura.

Estou começando 'Os Sofrimentos do Jovem Werther' - Goethe, instigada por um professor de Literatura que, até hoje, não tive nenhum que superasse. Mestre Roberto Juliano, OBRIGADA!



"Reuni tudo o que me foi possível encontrar sobre a história do pobre Werther, e aqui lhes apresento o resultado dessas buscas, certo de que me agradecerão por isso. Não poderão deixar de admirar seu espírito e caráter, derramando lágrimas por seu triste destino.
E você, boa alma, que sofre as mesmas amarguras que ele, console-se com seus sofrimentos, e que este pequeno livro lhe seja um amigo, caso não possa encontrar, por força do destino ou por sua própria culpa, alguém próximo que alivie sua aflição."

Beijinhos:

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Ler faz bem!

,
Esses são alguns dos meus bebês!

Eles são lindos, não são?! E eles crescem tão rápido... Eu sinto uma certa ressaca, uma dor e um alívio quando termino de ler um livro. Eu sei que preciso de uma semana pra me recompor, no mínimo.
Atualmente estou lendo (terminando já) 'Tudo o Que é Sólido Pode Derreter' - Rafael Gomes. É baseado no seriado exibido pela TV Cultura e trata da vida de uma adolescente, apaixonada por Literatura que, acaba trazendo os livros e acontecimentos dos mesmos, para sua vida. É beem bom... Recomendo!
Aqui vai um trecho: "Em geral, se a gente prestar bastante atenção, vai perceber que as pessoas não prestam muita atenção em nada. E eu não estou falando só da escola. Mas eu devia estar prestando atenção, porque gosto da aula de Literatura, apesar de quase ninguém mais gostar. Gosto muito, na verdade. Tem gente que ouve bandas de rock, gente que joga vôlei, coleciona quadrinhos, anda de skate, conheço até mesmo gente que aprende a fazer tricô com a avó ou se dedica a catalogar passarinhos pelos parques da cidade. Eu leio."
Beijinhos:

O início

,Oi Ana e Bolinha... Oi queridos leitores... Eu nunca fiz isso, nunca escrevi um blog. Talvez por falta de tempo ou de talento, ou os dois... Mas resolvi fazê-lo! E por que? Porque eu gosto de dividir muitas coisas... Meus gostos para livros, All Stars e... UNHAS!

Sim, meus caros, unhas... Eu adoro fazer as unhas, pintar e fazer arte nas mesmas, por isso, postarei fotos das minhas unhas da semana e outras coisas...

Unhas da semana: inspiradas pela 'lua azul'
Esmaltes: 'Azul biônico' - Colorama, 'Polaina fun' - Impala e 'Branco' - Impala

Acho que para um primeiro post está bom! Beijinhos: