domingo, 6 de fevereiro de 2022

O canto

Poderia apelidar esse blog de "coisas que gostaria de falar para você mas você não se importa o suficiente e portanto não merece ouvir" mas achei muito extenso.

Eu sempre me incomodei com bagunça. Não me leve a mal, eu gosto do caos, gosto mesmo. Minhas playlists são completamente aleatórias, numa hora você está chorando a dor de um coração partido ao som de Adele e noutra está gritando a plenos pulmões um samba...
Eu encontro descanso no caos. Mas não qualquer caos. O caos de uma casa bagunçada me tira completamente do eixo. Basta um lugar caótico e esse lugar é meu interior. Acho que por isso me encontro sempre com pessoas em completo desarranjo interior as admiro. 
Quero saber, como você lida com seu caos? Fico curiosa tal qual um bebê descobrindo as cores do mundo! Mas, há gentes, que empurram o próprio caos pra debaixo do tapete. Essas pessoas... Ah! Essas pessoas são como uma casa bagunçada aos meus olhos.
Você acha que tá tudo bem: começa com um lápis em cima da mesa; 1 hora depois o lápis se transforma em um lápis e um caderno; mais um tempo se passa e você tem um lápis, um caderno e um dinossauro. Você nem sabe como aquilo foi parar lá e não dá pra ignorar... Acontece o mesmo dentro da gente. Então, como você empurra esse dinossauro pra debaixo do tapete? Ao invés de me fascinar, isso me estressa.
Lide com seus dinossauros ou abrace-os e aprenda a viver com eles, mas nunca, jamais, finja que eles não estão ali.
Você se bagunça, bagunça os outros e não resolve nada (mas vive como se tivesse resolvido). Eu não conseguiria viver fingindo que não existe aquela dor, aquele assunto mal resolvido... 
Por isso, todas as vezes que coloco aquela banda pra tocar (e eu evito muito, mas muito mesmo) o inacabado, o não resolvido, o caderno que falta preencher a última folha, ta ali. Não foi escolha minha, nunca esqueci dele, mas não se pode forçar a escrita. O que me resta é esperar, apenas esperar.


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